Artrite x Artrose: saiba as diferenças
Os termos “Artrite” e “Artrose” são utilizados para definir doenças diferentes. É comum, nas consultas médicas com ortopedistas e reumatologistas, o próprio paciente perguntar se a causa de suas dores é por artrite ou por artrose.
O conceito “Artrite” é utilizado para pacientes que evoluem com quadro de dor articular secundário a processos inflamatórios relacionados a doenças autoimunes, como o que ocorre nos pacientes com artrite reumatoide, lúpus, espondiloartrites, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artrite reativa e artrite idiopática juvenil. Nessas doenças, o processo é imunomediado, seja pela presença de autoanticorpos ou por processos inflamatórios desencadeados por alteração do sistema imunológico, ocasionando a inflamação articular. Muitas vezes, esse processo é também citado por pacientes com a presença de “baixa imunidade”. O que acontece não é necessariamente uma “baixa imunidade”, mas uma alteração do sistema imune, no qual o próprio organismo cria mecanismos que causam inflamação em articulações e tendões, além de outros órgãos como rins, células sanguíneas, pele, entre outros. Ou seja, o sistema imune “ataca” órgãos do próprio corpo.
Os sintomas da artrite incluem dor nas articulações, inchaço no local, dificuldade de movimento e rigidez no corpo (especialmente durante as manhãs).
O tratamento de tais doenças é feito com uso de medicamentos imunossupressores , que visam reduzir o processo inflamatório instalado, como é o caso de glicocorticoides (“cortisona”). Além desses, podem ser utilizados os medicamentos modificadores do curso da doença: sintéticos, biológicos/imunobiológicos, entre outros.
Já o termo “Artrose” se refere à doença atualmente definida como osteoartrite, geralmente relacionada ao processo de perda das propriedades articulares, que também ocorre por mecanismos inflamatórios, porém por alterações biológicas relacionadas a senilidade (envelhecimento), comuns em pessoas com idade acima de 60 anos, além de outros traumatismos, ou até mesmo secundário a processos autoimunes que desencadeiam, a longo prazo, um dano à cartilagem. Neste tipo de alteração, a cartilagem, superfície que recobre os ossos nas juntas, perde a capacidade de manter-se hidratada, ocorrendo microfissuras, exposição dos tecidos ósseos subjacentes e liberação de substâncias inflamatórias no espaço articular que causam dor e limitação funcional. A obesidade e o sedentarismo estão diretamente relacionados à osteoartrite (“Artrose”).
Medidas para combater a osteoartrite incluem:
- Modificar hábitos de vida, fundamentais para bloquear este processo degenerativo, e modificar o curso da doença.
- O uso de medicações, como derivados de glicosamina e condroitina, colágeno tipo II, derivados saponificáveis do abacate, são utilizadas como adjuvantes no tratamento.
- Nos pacientes mais refratários/resistentes a essas medicações, a utilização de analgésicos, anti-inflamatórios e derivados opioides deverão ser tomados nas menores doses e durante o tempo necessário.
- O uso de antidepressivos e anticonvulsivantes é importante no controle da dor crônica e a aplicação intra-articular de ácido hialurônico (viscossuplementação), tanto em pacientes com doença em estágio inicial, quanto em pacientes com a doença mais avançada, sem condições clínicas para o tratamento cirúrgico.
“O tratamento de doenças reconhecidas por causar tanto “artrite” quanto “artrose” é importante, especialmente, por serem abordagens que visam não apenas suprimir a dor, mas também agir contra os mecanismos que favorecem a piora da função articular e o risco de limitações físicas, melhorando assim, a qualidade de vida.” Explica a Dra. Roberta Graumam – CRM 147546/RQE 58678, Reumatologista do Hospital Dom Alvarenga.
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Fonte: Dra. Roberta Graumam – CRM 147546/RQE 58678, Reumatologista, do Hospital Dom Alvarenga.
Publicado em: 28 de junho de 2023
